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Uma boa tentativa

Crítica: Moxie - Quando as Garotas Vão à Luta (2021)

Julia Alfa


O filme Moxie (2021) foi lançado na Netflix no último mês de março, baseado no livro de mesmo nome da autora Jennifer Mathieu. Dirigido por Amy Poehler — que também atua no longa-metragem —, a história traz à tona a discussão do feminismo entre estudantes de ensino médio em um clima leve, mas sério, de uma comédia dramática.


O início do filme é bem rápido. Depois da nova aluna do colégio denunciar à diretora o assédio que estava sofrendo pela parte de um dos colegas de turma, a protagonista, Vivian, decide se aprofundar no assunto do feminismo. Dessa forma, ela mergulha no passado rebelde de sua mãe e, inspirada por uma espécie de epifania, cria coragem para produzir panfletos sobre a ideologia igualitária — os quais espalhou pela escola no dia seguinte.


O filme prossegue em um ritmo interessante, mas com falhas no desenvolvimento da protagonista e cenas aleatórias que trazem questionamento. Vivian aceita dar um passeio com o garoto por quem tem uma queda, e eles vão a uma CASA FUNERÁRIA. Entram juntos em CAIXÕES para ouvir música, dividindo fones de ouvido. Era para isso ser romântico?! Vivian também desabafa sobre a ausência do pai, em um surto acumulativo, apesar desse assunto nunca ter sido abordado devidamente.


A interseccionalidade da história é um ponto positivo. Ao criar a iniciativa do clube Moxie, todas as garotas da escola foram acolhidas. Dessa forma, porém, conhecemos algumas personagens secundárias e terciárias tão interessantes que estimulam nossa vontade de saber mais sobre cada uma delas. Apesar do protagonismo de Vivian ter funcionado, é impossível não imaginar que poderia ser muito melhor caso qualquer outra personagem estivesse em seu lugar.


Ainda que Moxie (2021) tente levantar assuntos importantes, muitos são tratados superficialmente. Erguida a bandeira contra o machismo, seria interessante dar maior visibilidade à discussão do racismo, da transfobia e do capacitismo, que também estiveram presentes na história, mas não foram problematizados da maneira que mereciam.


Moxie é um filme que poderia ser melhor, mas que funciona, ainda assim. Com teor didático, a história leva à compreensão da ideologia; dos motivos intrínsecos ao movimento feminista. Moxie é uma boa tentativa, afinal. Mesmo com seus erros, esse é um filme "fácil de entender", e, dessa forma, ele cumpre seu papel.


Nota: 3/5 Lágrimas


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