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Não há nada de podre no reino da Suécia

Crítica: Young Royals (2021)

Julia Alfa


No último mês de julho, Young Royals estreou na Netflix. Com seus seis episódios debutantes, a série sueca timidamente começou a causar interesse no público, e conseguiu conquistar o TOP 10 de diversos países. Ela conta a história do príncipe Wilhelm, que é enviado a um prestigiado internato após se envolver em confusões. Lá, ele conhece Simon — um dos únicos bolsistas em um colégio repleto de membros da realeza.


É o típico clichê. Já assistimos e lemos milhares de histórias envolvendo realeza e plebeus; romances impossíveis embebidos de sonhos. Veja bem, no primeiro Diário da Princesa, Mia Thermopolis é uma plebeia que se descobre integrante da realeza e tem seu melhor amigo como par romântico. Existem diversas tramas envoltas nesse mesmo contexto. Não muitas, entretanto, possuem personagens LGBTQIA+ como protagonistas.


Há uma quantidade crescente de filmes clichês homo afetivos emergindo na mídia. Apesar de ainda serem muito representados apenas como coadjuvantes-cotas, coitados-sofredores e estereótipos escandalosos, o protagonismo LGBT tem cada vez mais tomado seu lugar. Personagens desenvolvidos e histórias de amor bonitas e simples são igualmente importantes para a atuação da representatividade. Young Royals nos traz isso.


A série sueca nos traz cuidado e sensibilidade. A atuação não deixa a desejar, e permite que o espectador se conecte com os sentimentos dos personagens. Os atores, não tão mais velhos que seus papéis, realmente se assemelham com adolescentes. Diferentemente de produções com intérpretes de 30 anos com peles e corpos impecáveis, Young Royals se mostra mais realista.


Apesar de uma abordagem brusca a respeito do trauma e do luto — que, certamente, pega o espectador desprevenido —, a história flui de forma calma e contínua, mas tem a capacidade de captar o seu interesse. Você se apaixona juntamente a Wilhelm e Simon desde o primeiro sorriso e troca de olhares. Ao chegar ao fim, você estará implorando para que a Netflix não cancele também essa série, porque precisamos de mais.


A realeza e seus príncipes e princesas encantados são empolgantes. Young Royals é irmã de histórias como as de “Vermelho, Branco e Sangue Azul”, de Casey McQuiston, e “Sua Alteza Real”, de Rachel Hawkins: ambos conhecidos livros LGBT construídos no contexto mágico de reinos fictícios. Talvez eles cheguem até às telas, assim como a produção sueca. Enquanto isso, podemos apertar play novamente e passar mais alguns momentos no mundinho de Wilhelm e Simon.


Nota: 4/5 Lágrimas

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