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Foto do escritorEquipe Lacrymosa

THE OLD GUARD

Atualizado: 1 de ago. de 2020

Crítica : The Old Guard

Raiana Viana


A mais nova produção original da Netflix tenta explorar a frustração com a humanidade, através de uma mitologia que expõe uma impiedosa violência. O filme The Old Guard (2020) é uma adaptação da HQ homônima escrita por Greg Rucka, também roteirista do filme, que conta a história de um grupo de pessoas imortais que viveu por milhares de anos, passando por diversos momentos importantes da história da civilização, lutando por aquilo que acreditam ser o certo para a humanidade.


Logo no início do filme já somos apresentados de forma superficial, porém ágil e eficaz, à mitologia presente na trama. Os integrantes da Velha Guarda mortos após um tiroteio, se levantam completamente curados e sem sinais dos ferimentos, deixando claro para o espectador a imortalidade das personagens. A ação e o vislumbre da mitologia logo nos primeiros minutos do filme são ideais para capturar a atenção e instigar quem assiste a continuar acompanhando, porém com o desenrolar da trama o interesse se perde, muito pelas cenas de ação que nunca de fato chegam a emocionar mas, principalmente pelo mau desenvolvimento da própria mitologia.


As cenas de ação são boas, apesar dos diversos cortes, o espectador não se sente confuso e consegue acompanhar o desdobramento das lutas, porém em todas as sequências de ação ao longo do filme fica a sensação de que são curtas demais, são cenas rasas que, junto a uma trilha sonora de péssima escolha, nunca alcançam o ponto necessário para uma maior imersão. O maior acerto na ação do filme está justamente na atriz Charlize Theron, as suas cenas de lutas são as mais bem coreografadas e executadas, a escolha da diretora Gina Prince-Bythewood em manter o foco em Charlize é o seu maior acerto, são os poucos momentos em que as cenas de ação chegam perto de envolver o espectador.


A personagem de Theron é outro acerto. O roteiro permite uma fácil empatia por Andy, sua personagem, e é através dela que a mitologia se torna mais explorada, através de vários flashbacks que apresentam vislumbres de sua vida milenar. Contudo é outro ponto onde o filme falha consideravelmente, o roteiro não aprofunda na mitologia, os flashbacks são curtos e sem muitos detalhes do que foi vivido, não só por Andy, mas também pelo resto do grupo de imortais. Uma premissa interessante que se perde durante a trama, por falta de destaque e um melhor desenvolvimento.


O filme aponta dois grandes conflitos, porém esses conflitos não se encaixam e não carregam o peso da mensagem que tenta transmitir. A violência que cerca esses seres milenares e seus dilemas com a imortalidade são deixados de lado, ofuscados por um vilão caricato e por personagens que o filme tenta fazer com que o espectador crie uma empatia, mas acaba falhando.


The Old Guard é incapaz de desenvolver sua própria premissa, desperdiçando não somente uma mitologia interessante, mas também os aspectos cativantes de seus personagens. As boas cenas de ação e o talento de Charlize Theron não são o suficiente para diminuir as diversas falhas. A sensação que fica é de uma boa ideia que foi má desenvolvida e executada pela metade.


NOTA: 2,5/5 Lágrimas


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