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Nocturne

Crítica: Nocturne (2020)

Caio Scovino


Uma estreia sólida da diretora Zu Quirke. Nocturne é mais um filme sobre como a carreira musical clássica é um ambiente elitista e isolado. Mesclando com elementos místicos e diabólicos, Nocturne é essencialmente um filme sobre ambição nos passos de Whiplash (2014), porém adicionadas subtramas de irmandade e um subtexto de “coming of age”.


Mais um filme da leva da parceria da produtora Bloomhouse e a Amazon Studios, o filme é expressivamente mais bem sucedido que seu companheiro “The Lie” 2020, que já tem crítica no site.


O filme narra a trajetória de Juliet, uma pianista colegial que aspira ingressar na mais bem conceituada escola de artes dos Estados Unidos, e para isso recorre a um misterioso livro que pertencia a uma virtuosa aluna que se suicidara. Enfrentando a Irmã, os professores e ela mesma sua trajetória difícil de sacrifício é retratada de uma perspectiva psicológica e pessoal.


Desde o início o filme assume um tom levemente sombrio, a cor dessaturada, trilha sonora dissonante ou composta com trechos clássicos nada alegres.


Como um trabalho de estreia vale-se ressaltar as boas atuações do elenco, a capacidade de se manter um clima de tensão e ansiedade ao longo do filme e um ritmo bem distribuído dentro da duração de uma hora e meia.


O filme se sustenta sabendo de suas limitações, não tentando ser mais do que pode, se retém em uma escala reduzida aproveitando tudo que tem em mãos.


Apesar da execução satisfatória, nada da história soa inovador. O roteiro é uma mescla de inspirações que não oferece nada além das fontes onde bebe, fazendo que que nenhuma reviravolta surpreenda.


Acredito que se continuar com um esquema de produção tão auto consciente como em Nocturne, a diretora terá um ótimo futuro, dentro ou fora do gênero. Apesar de não demonstrar traços autorais, sua condução é firme e muito funcional, fazendo um resultado que diverte enquanto é consumido.


Nota: 3/5 Lágrimas


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