Crítica: Gossip Girl (2021)
Anna Clara
A nova versão da série Gossip Girl tem dividido opiniões de várias pessoas, tem aqueles que amaram, aqueles que odiaram, e aqueles que assim como eu, ficaram sem saber o que realmente acharam. Acompanhar o dia a dia de um grupo de adolescentes ricos e mimados, com conflitos meio infantis e rivalidades bestas, entretém ou dá só preguiça hoje em dia?
O roteiro dessa nova versão devo confessar que parece muito uma fan fic; duas irmãs de pais diferentes e realidades opostas (nem tanto) acabam estudando na mesma escola pela primeira vez, algumas horas se amam, do nada se odeiam, e disputam pelo mesmo cara que é um “príncipe encantado”. Parece muito promissor não é? Mas aí temos como a nossa representante dos pobres plebeus em Upper East Side, uma menina insuportável que muda de personalidade constantemente; a dita “abelha rainha” que manda em tudo e todos e é dita como uma megera na verdade é bem mais legal que a irmã pobre, e mesmo assim consegue ser tão sem carisma quanto a irmã; e o “príncipe encantado” é só um cara de beleza mediana extremamente blasé.
E a falta de carisma do elenco não se limita ao trio principal, quase todos os personagens são tão mimados e superficiais que fica realmente difícil torcer por algum deles (menos o Aki, ícone sem defeitos que merece mais que essa série proporciona). Personagens vilanescos sem nenhum motivo aparente, rivais de anos que fazem as pazes em meio episódio sem nenhum tipo de construção, e motivações completamente sem sentido, isso são alguns erros do roteiro que enfraquecem MUITO a narrativa, o que faz com que pareça que um adolescente escreveu isso tudo pra postar em seu tumblr em 2014. Resumindo, amador e datado.
Mesmo tendo falado muito mal devo admitir que nem tudo é uma perda de tempo, apesar da falta de carisma dos personagens principais eu ainda fiquei investida na farofa cercada por isso tudo. Não completamente a ponto de aguardar ansiosamente para o próximo episódio, mas minimamente curiosa para o que viria a seguir. Mas ao invés de ficar preocupada com o futuro dos personagens, sobre as consequências de ações imprudentes, estou aqui só observando o caos e me divertindo muito com o circo pegando fogo no meio dos ricos.
Essa nova versão de Gossip Girl, apesar de trazer alguns temas importantes levantados mediante ao cenário social atual, não consegue disfarçar sua fraqueza narrativa por trás de uma cortina de fumaça de representatividade. Espero que a partir dessa temporada os realizadores abracem mais a farofada e contratem roteiristas melhores, de preferência algum gay que consiga realmente expressar sarcasmo de maneira divertida.

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