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A série merece ser considerada top 3 Netflix?

Atualizado: 16 de ago. de 2021

Crítica: Outer Banks (2020 - 2021)

Rafael Tunussi


Divertido, inovador e instigante, Outer Banks é um título que entrega algo que os originais Netflix não entregavam há muito tempo: uma história nova. O catálogo de séries originais Netflix segue uma fórmula de sucesso da plataforma, mesmo contando com alguns títulos aclamados é raro assistir alguma coisa nova, que fuja desse padrão. Outer Banks apresenta uma história completamente inédita, com personagens interessantes e reviravoltas constantes, o que me impede de classificá-la na mesma prateleira das demais. É uma série digna do top 3 da plataforma, no mínimo.


Para quem não conhece, Outer Banks é uma série que apresenta a história de quatro jovens que vivem na periferia de uma ilha extremamente elitista e desigual financeiramente. Inicialmente, os jovens só possuem a intenção de curtir o verão, mas acabam descobrindo diversos mistérios da ilha que os levam à uma caçada em busca de um tesouro antigo. A série tem um ritmo dinâmico em que reviravoltas acontecem rapidamente, dessa forma o espectador se sente mais envolvido e preso na história.

Mas Outer Banks é especial por dois motivos: a narrativa e as personagens. Primeiramente, por ser uma ilha que ninguém fazia ideia que existia, a história parece extremamente tangível. Para o espectador é um mundo completamente novo em que qualquer premissa apresentada pode ser realista. Histórias com mundos novos a serem explorados sempre atraem o espectador e é exatamente isso que a série faz, coloca quatro personagens interessantes para explorar um mundo que o espectador não conhece, portanto é muito difícil não se interessar. Em segundo plano, as personagens são muito bem definidas, a denominação de kooks e pogues ajuda muito nesse processo, além do que todas as personagens tem uma personalidade e um objetivo bem definidos, fazendo com que o espectador se sinta parte do grupo e torça incondicionalmente pelos seus protagonistas.


Além disso tudo a série é extremamente divertida, vários personagens engraçados e cenas claramente improvisadas trazem uma leveza a série extremamente positiva. Sendo assim, os momentos de tensão interessam, pelo prosseguimento da narrativa, e os de leveza também, o que constrói um ritmo incontestável, é difícil ter vontade de parar de assistir. Aproveitando o gancho de personagens, eu nunca tinha assistido um casal tão verdadeiro quanto Sarah e John B, definitivamente meu casal favorito de todas as séries.


A forma como Outer Banks adiciona uma história misteriosa do passado, envolvendo riquezas e uma história vasta de figuras importantes me deixa confuso. Eu não sei se eu quero saber mais sobre a história, ver mais cenas da busca pelo ouro, cenas de ação das personagens se fudendo, cenas de romance do casal ou só as personagens se divertindo, é uma série que acertou em tudo a ser explorado. Obviamente não é perfeita, mas eu já volto nisso.


Resumindo os pontos positivos: Outer Banks possui uma história inédita, personagens fortes com motivações boas, uma busca incessante por ouro, vilões psicopatas e um casal foda, sinceramente se você não viu ainda e isso não te motivou a assistir, eu desisto.


Chegou ao momento em que eu cito coisas que me incomodaram no decorrer da série, mas já adianto que não é nada que vai atrapalhar a experiência. A partir daqui vou ter que dar alguns spoilers. A primeira coisa é a que mais me irritou, pra mim é um péssimo e recorrente hábito da Netflix de forçar problemas no casal por falta de comunicação. A série já possui milhares de reviravoltas relacionadas a história e sinceramente fazer John B e Sarah brigarem por falta de comunicação com o caos acontecendo em volta deles não acarreta em nenhum aspecto positivo a obra. Parece que a Netflix só quis encaixar Outer Banks na fórmula do triângulo amoroso, sendo que não precisava, já existem muitos acontecimentos que movimentam a obra o suficiente. Se isso se repetir na terceira temporada eu vou ter que diminuir a nota, porque me irrita profundamente. Os episódios 6 e 7 foram completamente ofuscados por causa das chatices da briga do casal e pareceu ser completamente inútil, porque na reconciliação John B disse 3 palavras pra Sarah e ela já o beijou, a briga não serviu para absolutamente nada a não ser travar dois episódios.


O segundo ponto que não me agradou é a insistência do Ward como vilão da série, com a morte dele, Rafe podia se tornar ainda mais perverso e assumir o seu lugar, visto que é um personagem muito mais interessante. Além da chegada de Carla Limbrey que na época que poderia assumir essa função. Ward em momento nenhum foi um vilão interessante, mas sempre volta. Quase morreu duas vezes, já deu. Espero que na terceira temporada Rafe venha com mais destaque.


E por último, mas quase irrelevante, para manter o ritmo frenético em várias cenas, principalmente da segunda temporada, a série deixou leves pontas soltas, o que me incomodou em alguns momentos. Por exemplo, na morte de Garvin, como que a cena do crime foi completamente limpa tão rapidamente sem ninguém perceber? Sendo que Ward estava sozinho. Personagens aparecem no lugar certo e hora exata sem nenhuma explicação, fato repetido diversas vezes, mas isso pode ser completamente relevado, só é um pouco estranho. Eu prefiro que o ritmo seja acelerado e evite explicações, mas por se repetir diversas vezes chamou a minha atenção negativamente.


Mesmo com tudo isso, foi uma das melhores experiências audiovisuais que eu tive nos últimos anos, a segunda temporada me deixou ainda mais empolgado pra continuação da série. É um conteúdo que contém história, diversão e um coração enorme. Definitivamente minha maior nota até aqui. Ansioso por mais; não me decepcionem, Netflix.


Nota: 4.5/5 Lágrimas

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