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Mulan: uma marmita muito gostosa

Crítica: Mulan (2020)

Caio Scovino


De primeira já me abstenho de fazer críticas etnográficas sobre o filme e a animação. Visto isso, Mulan (2020) é um filme que me agrada muito.


Apesar de pessoalmente julgar a nova fase de requentamento de filmes da Disney como uma jogada pedinte de marketing, admiro a obra. Assim como Cinderella (2015), Mulan muda pequenos aspectos da história original a fim de atualizar algumas questões para a cobrança muito mais acirrada que somos capazes de fazer hoje em dia, melhorando, a meu gosto, aspectos da animação que me incomodavam devido a inconsistências tonais, fazendo agora uma obra muito mais coesa.


Bebendo de uma fonte adequada, dos filmes de ação chineses, Mulan soa como uma versão mais palatável ao público ocidental e um tributo aos grandes atores chineses que conseguiram cruzar para o cinema ocidental, tais como: Gong Li, Jet Li, Tzi Ma, Donnie Yen, entre outras pequenas participações.


O filme já começa estabelecendo a infância de Mulan como uma garota já inclinada para as artes marciais, utilizando de elementos da cultura chinesa não muito bem trabalhados como meras técnicas narrativas. Logo, o que gera uma coesão na obra desvia da cultura que a pauta. Exemplos como esses são vistos durante o filme empregados de diversas formas.


Tecnicamente o filme é bem realizado, uma primorosa trilha sonora de Harry Gregson-williams que utiliza dos temas originais pra construção de uma trilha forte que pessoalmente somente peca a não empregar tantos elementos da música chinesa, uma fotografia funcional que se inspira também em filmes como Herói (2002), felizmente de uma diretora de fotografia mulher, Mandy Walker, o que muito não se fala mas é uma das posições mais predominantemente masculinas (ainda mais que as que já sabemos) e ver em um blockbuster me deixa alegre, apesar de muito caminho pela frente a fim da isonomia na indústria. A direção de Niki Caro é correta e funcional ao longo da trama, fluindo muito bem ao longo do filme. Tecnicamente só tenho a reclamar dos efeitos especiais, especialmente da criatura mágica da fenix, há uma perceptível diferença de texturas entre o digital e o em cena, algo que para o nível de produção e tecnologia atual não é esperado de um filme dessa escala.


Em aspectos gerais, um filme que vem na onda de lucrar em cima de algo que já existe mas que se sustenta com uma boa execução.


Nota: 4/5 Lágrimas


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