Crítica: Host (2020)
Anna Clara
Host é o novo filme de terror físico lançado através de uma plataforma digital durante o período de pandemia, que tem como pano de fundo esse próprio período. Apesar da premissa de um filme todo feito em chat de vídeo não ser tão inovadora assim, o timing vou definitivamente aquilo que vendeu mais a obra para o telespectador, que não compraria uma “sessão de invocação por call” em qualquer outro contexto que não fosse o puro tédio da quarentena.
Apesar de ser sim um terror que aposta mais no susto do que na história, ele tem seu valor, por ser mais organizado e coeso do que a maioria das obras do gênero, mesmo com a turbulência de acontecimentos do segundo para o terceiro ato. A falta de um desenvolvimento maior de personagens se dá pela sua vasta quantidade, algo típico dos filmes slasher, o que pode causar um desapego com o público a princípio, porém Host consegue fazer com que o público ao menos acredite nos laços de amizade entre aqueles personagens de maneira bem singela com os diálogos informais e as piadas internas, que indicam os níveis de intimidade entre aquelas pessoas. Além disso a direção mostra seu valor pela sua forma de atuar diante da situação de isolamento social, conseguindo fazer a preparação dos atores á distância; os quais conseguiram transparecer com realidade os sentimentos de medo e pavor que a situação pedia; e ensinando aos mesmos como fazer os efeitos práticos requeridos em diversas cenas, o que ajudou a tornar o produto final mais verossímil.
A falta de uma progressão regulada dos fatos nos tira um pouco da sensação de credibilidade dos acontecimentos que o filme até então impuseram, porém não ao ponto de descartar a obra, apenas não considerando-a um “marco cinematográfico”, mas essa nem era a intenção dos realizadores. A intenção das pessoas por trás do filme é um terror sobre o momento atual que a sociedade passa, um retrato da época que serve para entreter, e não questionar, e como esses valores ele se sai de forma esplêndida.
Nota: 3/5 Lágrimas
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