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Caricato, exagerado e super divertido

Crítica: SKY Rojo (2021)

Anna Clara


Confesso que o único motivo de eu ter assistido essa série foi para fazer essa crítica, pois esse não é o tipo de conteúdo que eu normalmente consumiria. Todavia, que surpresa foi descobrir essa série espanhola, cheia de galhofadas, cafetões de sexualidade bastante ambígua, personagens imortais e prostitutas fugindo de salto 15. SKY Rojo é uma das séries mais CAMP que eu já assisti e vou falar o porquê.


A série conta sobre a história de três prostitutas, Gina, Wendy e Coral, que ao terem uma briga feia com seu cafetão Romeo decidem fugir do bordel. Olhando para uma premissa assim você pensa que não vai ter nada demais na história, mas quando se aprofunda no passado dos personagens, mostrando o histórico de tráfico humano, relacionamentos abusivos e abusos sexuais, você percebe que as coisas vão um pouco mais fundo (mas também nem tanto). Uma das coisas que considero que tornam a serie mais galhofa do que séria, é que os assuntos que requerem mais seriedade não são abordados da melhor maneira, sendo muitas vezes breves demais, porém deixando certo impacto, o que não diminui muito a experiência pelo menos.


Agora, trazendo o aspecto CAMP pra jogo, aí é onde a série brilha. Pra você que não sabe o que é CAMP vou dar uma breve descrição; sabe aquela coisa que é cafona, mas tão cafona que chega a ser bom? Basicamente isso é CAMP. E essa série leva isso ao pé da letra.


As prostitutas nunca tiram o salto 15 em momento algum; tiros, facadas e os demais tipos de perfuração parecem não causar nenhum tipo de dano (amenos que seja um personagem que só apareceu pra morrer); cafetões que ao mesmo tempo que são super sexistas, querem mostrar que transam com tudo que se move e não tem nenhum respeito pelas mulheres, tem um contato íntimo até demais uns com os outros (além de ter o ator Miguel Ángel Silvestre, o Lito de Sense8 fazendo um cara hétero, o que pra mim não colou muito). Além de diversos outros aspectos, como o figurino espalhafatoso, narração em off, personagens absurdamente caricatos e situações bem exageradas.


O que torna a série mais caricata e ao mesmo tempo bem realista pra mim é o fato de que todos os homens são as piores pessoas e lixos da humanidade. À princípio eu achei isso meio exagerado, mas parando pra pensar, aos olhos de uma prostituta, todo homem deve ser um lixo humano.


Os aspectos técnicos também tornam a série mais cafona ainda (da melhor maneira possível), muito neon nas cenas da boate onde elas trabalhavam, tela dividida em quadrados pra mostrar a perspectiva das personagens, e uma fotografia tão saturada que parece que estamos vendo um filme passado na América Latina ao invés da Espanha, chamo isso de reparação histórica.


O trio principal é cativante e tem uma química muito boa. O passado das personagens é dado aos poucos, o suficiente para nos apegarmos e para que fiquemos intrigados para saber mais.


SKY Rojo é uma série divertida, caricata e colorida, com alguns personagens ótimos, outros terríveis, mas que não deve ser levada a sério demais.


Nota: 3.5/5 Lágrimas

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