Crítica: Que Vadis, Ainda? (2021)
Caio Scovino
O novo filme da diretora Jasmila Žbanić é mais um de sua série de filmes sobre as consequências sociais e civis das guerras dos Bálcãns. Em 2006 Jasmila ganhara o urso de ouro em Berlim com o drama “Em segredo” e agora em 2021 é indicada ao Oscar de filme estrangeiro com Quo Vadis, Aida?.
O longa segue uma narrativa selecionada, um período temporal curto, que sumariza a invasão pelo governo Sérvio de uma cidade Bósnia. Seguindo Aida, uma tradutora em serviço da OTAN, que precisa mobilizar sua cidade em torno do abrigo civil e se vê cercada pela demagogia do governo Sérvio, a influência estrangeira desinformada, má articulada e sem interesse em de fato auxiliar a população.
O longa segue uma narrativa selecionada, um período temporal curto, que sumariza a invasão pelo governo Sérvio de uma cidade Bósnia. Seguindo Aida, uma tradutora em serviço da OTAN, que precisa mobilizar sua cidade em torno do abrigo civil e se vê cercada pela demagogia do governo Sérvio, a influência estrangeira desinformada, má articulada e sem interesse em de fato auxiliar a população.
O filme no entanto se atrapalha um pouco no ritmo e perde parte do impactos da trama que teria com uma estrutura mais bem articulada. Constantemente o “momentum” dramático é interrompido, e com a retomada sente-se um retrocesso narrativo e uma repetição. O que contrasta muito com algumas cenas no início e especialmente o epílogo, onde conseguimos ver todo o domínio sensível visto nos filmes anteriores da diretora em seu total potencial dramático.
No ponto de vista técnico, a fotografia é funcional e se aproxima bastante da documentação atual do conflito como visto mundialmente na década de 90. Novamente, quando o filme se desprende desse modelo ele acaba tendo um apelo dramático maior ainda.
Em um mundo justo teríamos a atriz Jasna Đuričić indicada aos maiores méritos da atuação. Sempre que em tela sua expressão e cada aspecto de sua movimentação constroem uma mulher com medo do futuro próximo, da angústia da responsabilidade e do reconhecimento de uma realidade terrível. Extremamente tocante.
Quo Vadis, Aida? é um produto sólido, que apesar de alguns tropeços narrativos, não perde sua mensagem. E com um encerramento tão primoroso faz com que o gosto final seja muito positivo.
Nota: 4/5 Lágrimas
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