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King Richard: Criando Campeãs - Mira no feel good motivacional, mas tá longe de acertar

Crítica: King Richard: Criando Campeãs (2021)

Gustavo Fernandes



É comum que obras cinematográficas sejam limitadas por seus enredos enfadonhos. Tão comum quanto isso é quando a própria linguagem cinematográfica empregada pela obra limita um enredo com grande potencial. O longa-metragem King Richard: Criando Campeãs (2021) é um exemplo de cinebiografia que sofre fortemente com ambas questões: o enredo é, por si só, desinteressante e, como se isso não bastasse, a direção não emprega esforços suficientes para imprimir alguma identidade genuína ao filme. Por mais frequentes que sejam as tentativas de desviar a obra do marasmo quase inevitável, King Richard sofre pela dificuldade de encontrar fôlego pra ser mais que esquecível.


Não que o filme de Reinaldo Marcus Green seja completamente descartável. Performances interessantes permitem que os personagens possuam algum peso e consigam estabelecer algum vínculo com o público. O maior problema do filme deve-se à volatilidade com que tudo acontece em tela: tudo soa irrelevante e, durante boa parte do filme, desinteressante. Não há impasse que sustente a trama, e muito menos pulso de condução sobre ela. As sequências dotadas de alguma carga dramática não possuem o peso necessário para fazer com que o público tenha algum interesse genuíno pela obra.


Dentre os principais méritos do filme, destacam-se Will Smith e Aunjanue Ellis, responsáveis pelas performances centrais da obra. Não que isso consiga chegar perto de salvar o filme, afinal, performances competentes não preenchem lacunas de roteiros disformes e roupagens tão genéricas quanto a empregada por Reinaldo à cinebiografia de Richard Williams. É até triste ver o quão subaproveitadas são as performances dos protagonistas, sempre dependentes de um roteiro anêmico e repleto de fragilidades. No geral, King Richard não passa de um filme pra lá de morno e esquecível.



Nota: 2/5 Lágrimas

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